Em um mundo em constante busca pelo conhecimento, surge uma preocupação cada vez mais evidente: o intelectualismo. Esta condição, grave e muitas vezes negligenciada, afeta significativamente a qualidade de vida contemporânea. Como uma enfermidade insidiosa, o intelectualismo se manifesta de maneira sutil, comprometendo a harmonia do ser humano e sua capacidade de viver plenamente.
Quando a mente se perde em um emaranhado de pensamentos sem propósito, quando a busca incessante por informações obscurece outras formas de experiência, estamos diante do intelectualismo. O saudável exercício das faculdades mentais dá lugar a uma obsessão por acumular dados, decifrar o inexplicável e submeter tudo ao escrutínio do intelecto.
Repensando o Intelectualismo: Encontrando Equilíbrio
O indivíduo afetado por essa condição vê-se deformado, sua mente superdimensionada à custa de outras expressões vitais, como sentimentos, fé e vontade. Nesse cenário, a filosofia muitas vezes é apontada como uma das causas, reduzida a um mero exercício intelectual desprovido de conexão com a vida real.
A linguagem obscura e complexa torna-se a marca registrada daqueles aprisionados pelo intelectualismo, impedindo a comunicação genuína e a busca por claridade. Diante desse quadro alarmante, é imperativo ressaltar o verdadeiro valor da filosofia como uma busca integral, voltada para o desenvolvimento pleno do ser humano em todas as suas dimensões.
Sabedoria e Equilíbrio: A Busca pela Integridade
Pensar e falar devem estar intrinsecamente ligados à ação e ao sentimento correspondente. As faculdades intelectuais são preciosas quando utilizadas para harmonizar todas as dimensões do ser humano. O cultivo do corpo, dos sentimentos e da vontade é essencial para a realização das mais nobres aspirações.
A Nova Acrópole propõe um novo paradigma, onde a mente não se sobrepõe aos demais aspectos do ser humano. A doença do intelectualismo deriva da ignorância, não do uso da mente em si. O antídoto eficaz reside na sabedoria, que integra todos os aspectos do ser humano em busca da plenitude.
O homem saudável pode ser intelectual, mas jamais será um intelectualista.
Délia Steinberg Guzmán, Presidente Honorária de Nova Acrópole
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