Se insistirmos nos mesmos erros jamais vamos explorar o potencial econômico trazido pela tecnologia
Rodolfo Fücher, presidente do Conselho da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), compartilha insights sobre a complexidade tributária no Brasil e seu impacto nas empresas de tecnologia. Em uma experiência durante uma viagem a Israel, Fücher destaca a recomendação de Uri Levine, co-fundador do Waze, de evitar faturamento local devido à intricada legislação fiscal brasileira.
Reforma Tributária
A recente Emenda Constitucional nº 132, conhecida como Reforma Tributária, propõe substituir cinco tributos por três, porém, de acordo com Fücher, a simplificação é uma miragem. Ele destaca a exclusão do setor de tecnologia do regime especial, contrastando com práticas chinesas, onde o desconto de 54% no IVA impulsiona a inovação.
O autor expressa preocupação com o alto potencial do IVA brasileiro, estimado em 27%, e destaca a importância estratégica de tornar a tecnologia acessível para a competitividade econômica. Ele ressalta o impacto nas micro e pequenas empresas de tecnologia, especialmente aquelas enquadradas no Simples, que enfrentarão desafios de contabilidade devido à compensação tributária.
Fücher questiona a falta de consideração ao setor de TI como estratégico, sugerindo um desconto de 60% na alíquota, como na China. Enfatiza o risco de aumentos de impostos recaírem sobre os clientes e destaca a necessidade de explorar o potencial da tecnologia para impulsionar a competitividade do Brasil.
No encerramento, o autor destaca a falta de esperança para micro e pequenos empresários diante do atual cenário tributário, indicando que o país está se encaminhando para uma miragem, não um oásis.
Rodolfo Fücher é presidente do Conselho da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES).