As formas nas quais nos moldamos são constituídas por ignorância ou sabedoria. No mundo de baixo, nos primeiros três níveis da consciência, modelamos a mente sob a ganga do obscurantismo e somos movidos por desejos e paixões, ambições e ganâncias, pelo egocentrismo, gerando competições que aniquilam o progresso de todos. Uns vencem enquanto a maioria perde no jogo dos trunfos.
Agravamos nossos débitos, e, pelas experiências dolorosas, aprendemos que o bem é a única salvação.
No quarto nível da consciência despertamos, começamos a mudança de mentalidade e de paradigma e nos tornamos colaborativos.
A dor nos ensina que a vida é o amor; que o amor é a vida. O sofrimento gera dolorosas angústias que não nos permitem mais perpetuarmos o mal no mundo.
Uma nova consciência começa nesse quarto caminho da evolução espiritual. O egoísmo machuca profundamente a alma humana agora, e não é mais possível centrar as atitudes e ações no ego. O outro nos é valiosa referência para o bem, o perdão e a compaixão, que reverberam em nosso próprio ser. Nos voltamos para o rumo do autoconhecimento. Queremos nos conhecer e decifrar os mistérios do ser e da vida.
Na verdade, a consciência muda de modo contínuo. Nunca é a mesma consciência que percebe; uma nova consciência surge a cada instante da vida. A questão é haver uma diferença entre o campo da mente desperta, a consciência, e o ser consciente. A mente se expande pelas próprias aquisições de conhecimentos, exercendo a inteligência, mas o ser humano pode permanecer adormecido, inconsciente de si.
Entendemos ser somente pelo autoconhecimento que alcançaremos níveis mais elevados de consciência; que a sabedoria é a única forma de eliminar a ignorância e partimos em busca dela; que a verdade nunca se escondeu de nós, mas foi sempre camuflada e maculada por nós pela mentira nebulosa e dissimuladora.
A mudança só é possível pelo autoconhecimento, e o autoconhecimento só é possível iniciando-se pelo estudo de si formando base de conhecimento e partindo depois para a auto-observação, rumando para o nível da autoconsciência.
O ser autoconsciente se torna capaz de gerar pensamentos e pensar, se capacita a direcionar corretamente suas emoções a serviço da compaixão e aprende que só amando, perdoando e trabalhando que se consolidam a fé e a esperança num futuro melhor.
O DESAFIO DE SE BANCAR EM SI MESMO
Um dos maiores desafios que o ser humano enfrenta quando se move na senda do autoconhecimento é o de se bancar em si. Os apelos e as chantagens dos que o rodeiam se iniciam, e quase sempre ele fraqueja e tem recaídas. Essas recaídas são, quase sempre, muito dolorosas porque são como a queda de uma escada que se está subindo.
O ser humano é formado por essência e personalidade. No mundo das ilusões ele se encontra identificado com a personalidade esquecido de sua essência e individualidade. Torna-se um ser coletivo que funciona por estímulos externos.
No momento que esses agentes estimuladores externos não recebem mais reciprocidade, digo, essas pessoas, elas se sentem abandonadas e, recaídas em suas carências, se voltam contra aquele que despertou. Aí surge a culpa e as recaídas do buscador acontecem.
Bancar a sua essência e sair da identificação com a personalidade, entendendo que ela é só o aparelho funcional do espírito que está nela, exige vontade, determinação e disciplina. É preciso entender que a individuação não é uma ação egoísta de separação dos demais; é, pois, o modo consciente de ser uma unidade individuada do todo; como uma célula do corpo cósmico que se torna consciente de sua importância para a harmonia e saúde integral do todo.
Uma certa solidão é sentida de imediato, que se transforma em solitude logo que a paz se estabelece na consciência. A solitude é uma agradável sensação de estar em paz consigo mesmo, de gostar de estar consigo, de amor pelo silêncio.
Travessia SPA
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