Com os protocolos sagrados da vida, seremos sempre escravos, ou em algum momento nos tornaremos seres livres? As diversas maneiras como nos posicionamos diante dos eventos, ainda dominam quase todas as nossas escolhas, da maneira como tentamos controlar as pessoas e os eventos e a vida. Esta pergunta tem a ver com a escravidão interna; como nos aprisionamos mental e emocionalmente ao tempo relativo da experiência humana no mundo.
Os protocolos sagrados e o homem utilitarista
O homem doma o tempo relativo da sua experiência humana para as finalidades banais da satisfação dos seus desejos, de poder e controle sobre tudo o que está ao seu alcance, e, pretensiosamente, até aquilo que está fora do seu alcance, como a vida.
O tempo relativo
Limitado pela experiência humana no mundo; ele transcorre sem parar até que se finda e se recolhe para o advento de um novo tempo. O tempo do ser humano começou com seu nascimento e termina na sua morte. O tempo da humanidade começou com ela e terminará com ela. Nós somos, de certa maneira, os criadores do nosso tempo relativo. Em suma, o tempo sagrado é atemporal, ao coordenar todos os tempos relativos.
A vida não se repete.
Apesar de os eventos se repetirem na forma como se apresentam, a vida não se repete. Contudo, são sempre os mesmos em novas interpretações. A experiência muda, por mais que os eventos se repetem, pois, a percepção da consciência muda a cada instante.
Os protocolos e a consciência
A consciência se movimenta, flui, a vida é movimento da consciência na direção do tempo sagrado da eternidade, pois duas pancadas na mesma madeira produzem efeitos e sons diferentes, por mais que sejam produzidas por um aparelho mecânico com força e pressão uniformes, pois o tempo de cada pancada é outro. Heráclito dizia não ser possível pôr os dois pés no mesmo rio, por estar constantemente fluindo e nunca é o mesmo rio em dois momentos de observação.
Os protocolos sagrados da vida e o aprisionamento
O aprisionamento ao controle das coisas passageiras é a pior das escravidões humanas. O pensamento flui, a emoção flui, sentimento flui; nada se repete do mesmo jeito anterior, por mais parecido que seja.
O homem das tecnologias torna-se cada dia mais escravo e prisioneiro do seu intelecto, e menos inteligente. Em suma, hoje temos mais intelecto e menos inteligência, mais lutas e menos paz, porquanto as lutas se transferiram para ao mundo da vida.
Os impactos do intelectualismo no progresso humano são devastadores e preocupantes, tirando o foco da meta evolutiva, para um progresso parcial no campo material e intelectual. A secura provocada pelo intelectualismo está deixando uma cratera profunda e vazia na alma humana.
Essa dor do ressecamento da alma impõe soluções drásticas, em alguns casos, ou leva ao despertar para uma busca pelo ato hierofânico sagrado que une a criatura com as suas origens e o seu Criador, em outros casos.
Os protocolos sagrados da vida
Os protocolos da vida não mudaram com os tempos relativos modernos da humanidade; eles são as leis sagradas que regem a evolução espiritual, contudo a experiência humana é apenas uma passagem dessa evolução pelo mundo onde existimos atualmente.
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