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OS NÚMEROS, A RAZÃO, A SABEDORIA E A VERDADE

Em um luminoso domingo pela manhã, deparei-me com uma intrigante missão que me foi confiada por um estimado amigo: elucidar uma citação de Agostinho, o Santo, filósofo e teólogo da igreja católica do século IV e V. A tarefa é nada menos que desvendar as profundezas do pensamento desse buscador da verdade, que afirmou:

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“Para Agostinho, a razão é que há de mais importante e sublime na natureza. Porém, existem verdades que estão acima da razão: os números e a sabedoria. As leis dos números são imutáveis e verdadeiras, e são igualmente imutáveis as regras da sabedoria. E conclui: o número e a sabedoria são verdades únicas e imutáveis, com isso Agostinho mostra que existe uma verdade suprema e absoluta, da qual provém outras verdades. Essa verdade é Deus”.

Desnudar o pensamento de um filósofo como Agostinho é uma jornada desafiadora, mas tentarei apresentar minha compreensão, desdobrando os conceitos de razão, verdade, números, sabedoria e a sublime verdade suprema que ele proclama como Deus.

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A Razão

A razão, segundo Agostinho, ocupa um papel central na natureza, sendo considerada o elemento mais importante e sublime. Trata-se da capacidade exclusiva do ser humano de extrair lógica das observações, comparações e conclusões. A razão é o produto da inteligência humana, o mais elevado grau de inteligência entre todos os seres vivos.

No entanto, Agostinho argumenta haver verdades que transcendem a razão: os números e a sabedoria. Os números, para ele, são leis imutáveis e verdadeiras que permeiam toda a criação. Representam uma linguagem universal que forma o quadro da engenharia sideral.

A Sabedoria

A sabedoria, por sua vez, é um patamar superior da razão, alcançado pelo desenvolvimento gradual da inteligência.

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“As leis dos números são imutáveis e verdadeiras, e são igualmente imutáveis as regras da sabedoria.” Agostinho enfatiza a inabalável veracidade dos números e a constância das regras que regem a sabedoria. Os números revelam verdades eternas, enquanto a sabedoria, sendo uma forma mais elevada de razão, possui regras próprias imutáveis.

A conclusão do pensamento agostiniano é impactante: “O número e a sabedoria são verdades únicas e imutáveis, com isso Agostinho mostra que existe uma verdade suprema e absoluta, da qual provém outras verdades. Essa verdade é Deus.” Aqui, Agostinho sugere a existência de uma verdade suprema e absoluta, representada por Deus, de onde emanam todas as outras verdades.

A verdade

A Verdade Absoluta, segundo Agostinho, é Deus – não um deus antropomórfico das religiões, mas a Inteligência Criadora, infinita e eterna, que permeia tudo. Esta Verdade Absoluta escapa à compreensão plena do ser humano, cuja evolução de consciência e inteligência é necessária para vislumbrá-la.

Em resumo, Agostinho apresenta uma visão complexa e interconectada da razão, verdade, números, sabedoria e a Verdade Absoluta que é Deus. A compreensão desses conceitos exige uma jornada gradual de desenvolvimento intelectual e espiritual, culminando na visão clara da Verdade Absoluta que transcende as limitações humanas.

Espero que esta explanação tenha lançado luz sobre a riqueza do pensamento de Agostinho, um verdadeiro mestre na busca da verdade e na reflexão sobre a natureza da existência.

Travessia SPA

Texto inspirado no Blog do Instituto Luz da Consciência, em parceria com o prof. Luiz Trevizani: https://luzdaconsciencia.com.br/artigos.html

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