Nós costumamos dizer “isso é assim”, afirmativamente, como se soubéssemos de tudo e tivéssemos o domínio sobre a eternidade das coisas. A eternidade em nossa concepção mental está dividida em passado, presente e futuro, e nós dizemos “é” para aquilo que concebemos no presente. Mas, no instante em que observamos o “presente” na nossa mente ele já é passado.
Eternidade
Talvez só exista o “presente” e ele seja a eternidade, mas o que nós conseguimos perceber é tão pouco que nós não conseguimos medir por quanto tempo nossa percepção permanece no “presente”. Como nós não conseguimos conceber a eternidade, então a mente se alarga e se projeta em passado e futuro e escolhemos um momento para viver a experiência da eternidade “presente”.Na dimensão da matéria física, no nível de consciência que nos encontramos atualmente, nós não conseguimos perceber mais que micro lampejos da eternidade através da minúscula fresta da nossa consciência.
Tudo o que enxergamos se resume ao alcance da nossa visão, e mesmo com apoio do mais potente telescópio, o que enxergamos ainda é só um fragmento do todo, da eternidade.
Isso seria como se o tamanho da nossa consciência fosse, comparativamente, um alfinete fincado no centro de um campo de futebol, e o jogo acontecendo em todo o campo. Nós só enxergamos, ou percebemos, até onde alcança a nossa consciência. Comparativamente, só aquilo que está no alcance da circunferência da cabeça do alfinete em relação a todo o campo, e mesmo com o auxílio do mais potente telescópio nossa visão alcançaria não mais que a extensão da circunferência daquele pequeno círculo central do tamanho da bola de futebol. Todo o resto do campo existe para nós, mas não podemos ainda conceber.
Nada é
É tão pouco o que nós percebemos da eternidade, que não podemos afirmar nunca que isso ou aquilo “é”.
Tudo o que podemos afirmar em nossos posicionamentos na vida diante da eternidade se resume a um, “agora eu percebo assim…”.
Tudo “está” transitório na vida; a própria vida na matéria física “está” transitória. Na eternidade ela “pode ser” consciência em expansão, ou, o movimento permanente da consciência.
Desapegue-se do seu intelecto, dos seus conhecimentos, das suas crenças, porque tudo está apenas passando pela sua mente; tudo está em constante movimento de contração e expansão; tudo apenas está. Esse movimento é o pulsar da vida, da criação, da eternidade do Absoluto.
Para nós ainda nada É; tudo está transitório. O que “É” só vai ser compreendido quando a consciência se tornar onisciente e onipresente.
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Rosa Capitani — Terapeuta
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