Desvendando os 21 Princípios da Jornada de autoconhecimento

21 Princípios da Jornada

Estes são alguns princípios que todo caminhante desta jornada de autoconhecimento deve observar a fim de que todos possam, se ajudando, alcançar mutuamente o seu pico mais elevado; isso exigirá de cada o seu máximo esforço e o emprego máximo da sua vontade.

1. LIDERANÇA — O trabalho de autoconhecimento deve ser organizado por quem compreende seus desafios e conhece as técnicas aplicadas. O líder escolhe as pessoas que, segundo o seu entendimento, podem ser úteis como lideranças menores no grupo, estimulando e ajudando seus colegas no estudo e nas práticas. A hierarquia deve ser respeitada.

2. DISCIPLINA — A palavra disciplina encerra muitos significados, mas aqui vamos observar o seu significado mais belo — “disciplina” deriva de “discípulus” (Latim), “aquele que aprende”; do verbo “discerne”, que significa “aprender”. Aquele que observa e aprende com seu mestre, que pode ser uma pessoa, um amigo espiritual, a sua própria sabedoria ou a natureza e a vida com seus eventos diversos. Neste trabalho de autoconhecimento, seja você é um “discípulo”.

3. AJUDA MÚTUA — Apesar de haver uma hierarquia no grupo e um orientador dos trabalhos com conhecimento e a experiência, aqui somos todos aprendizes. Aquele que está à frente deve continuar olhando para os que estão à sua frente e aprender sempre mais com eles, mas deve também olhar para os que vem atrás e ajudar, porque eles querem aprender e também têm o que ensinar.

4. COMPREENSÃO — Compreender significa apreender algo, que pode ser também “acolher aquilo que é menor”. Devemos, portanto, compreender aqueles menores em saber. Nunca medir os outros pela nossa medida do ego, e nunca diminuir a medida do outro para ele caber na nossa compreensão. Compreender, para nós, está mais no sentido de acolher.

5. ACEITAÇÃO — Cada um é o que é, e não cabe aqui julgar ninguém e sim aprender com todos. Se algo não está bem, para mudar é preciso primeiro aceitar como está. Não é possível mudar algo sem partir da aceitação. Podemos não concordar com atitudes e comportamentos de um colega de grupo, mas isso não nos dá o direito de não o aceitar. Nesse caso devemos nos reportar a ele com respeito e expor nosso ponto de vista, sem impor exigências, e respeitar o seu tempo da mudança. Caso haja necessidade, reportar-se ao líder do subgrupo, ou ao líder maior.

6. PERDÃO — Se quisermos nos libertar das feridas dos traumas internos, o único bálsamo capaz de fazer essa cura é o perdão. Todo conflito exteriorizado é reflexo das feridas internas ainda não curadas. A ofensa e a mágoa são apenas os reflexos da dor interna cujas feridas foram tocadas pelas palavras ou ações de alguém. Perdão é limpeza e purificação interior. Quando não houver mais feridas abertas, não haverá mais o que se ofender e se magoar, e chegaremos ao ponto de não haver nem mesmo o que perdoar, porque não haverá mais receptividade ao mal em nós — então nos tornaremos o bem.

7. FRATERNIDADE — Agir sempre fraternalmente como irmãos em condição maior, isto é, irmãos em espiritualidade. Somos diferentes em manifestação, considerando os diferentes níveis de inteligência e consciência, nossa personalidade, condição social, cultural, intelectual, educacional, econômica, raça, cor, ideologias, religiões e crenças, idade e muitas mais, porém, somos todos provenientes da mesma origem espiritual e nossa natureza interior é a mesma em todos. Nos irmanemos aqui em fraternidade.

8. COLABORAÇÃO — Colaborar sempre e mutuamente. Ninguém consegue nada sozinho. Até as coisas mais íntimas que fazemos dependem de elementos colaborativos. Então, entenderemos que dependemos da colaboração dos demais nesse grupo, e que devemos também colaborar. “Co-Laborar” — trabalhar juntos.

9. COMPARTILHAMENTO — O egoísmo é a causa de todos os problemas do ser humano e gerador de todo sofrimento. O egocentrismo, ação do ego centrado em si, gera separatividade e ele é a raiz de todo o mal. Querer só para si é uma maneira de ser egoísta e vai contra os princípios universais da vida. Se você sabe, compartilhe o seu saber e as suas experiências. Nenhum ser vivente na Terra é autossuficiente!

10. APOIO — Nunca devemos nos apoiar nos outros, mas devemos sempre contar com o apoio dos outros, e apoiar também. Há uma diferença em se apoiar e contar com apoio, ou apoiar. O apoio deve ser voluntário para ser bom.

11. CARIDADE — A caridade está atrelada ao amor. Amor sem caridade é “saco vazio”. Caridade nada mais é que amor em ação — fazer o bem sempre, sem reparar a quem, nem exigir reciprocidade. A caridade encerra em si todas as outras questões aqui abordadas e todos os princípios.

12. RESPEITO — Para ser respeitado é preciso ter atitude de respeito para consigo mesmo. Isso parece ser redundante, mas se você não souber cultivar uma postura interior, isto é, uma atitude de autorrespeito, atrairá gente quem lhe faltará com o respeito. Mesmo assim, a prática exterior ajuda na formação da atitude interior. Praticar o respeito para com os outros, como os espelhos refletindo a nós mesmos, nos ajuda na percepção de nossas atitudes.

13. ÉTICA — Ética é ser o bem. Simples! A despeito de todas os belos discursos sobre ética, ela se baseia em princípios muito simples — “ama o te próximo como ele é tu mesmo”, “faça somente aquilo que é o bem”; sem esperar recompensa. Muitos confundem ética com moral. A moral é um conjunto de regras que normatizam condutas, e muda com o tempo e a evolução humana. A ética é a mesma sempre.

A Ética

Na moral, toda conduta está sob a vigilância exterior, na ética, a conduta está sob a vigilância da própria consciência e o indivíduo não depende mais de estímulos para fazer o bem — ele mesmo é o bem e suas atitudes e seus comportamentos são sempre livres, espontâneos e não dependem de leis, regras e regulamentos. A ética é o fim maior da moral. Ao se tornar ético, o ser humano não depende mais da moral exterior, pois ela já foi internalizada como virtude.

“Eu não vim destruir a lei, vim dar prosseguimento a ela”. O Cristo nos apontou a direção da lei moral para a ética.

14. JUSTIÇA — Ser justo é manter o equilíbrio na balança da consciência — nem tanta misericórdia, nem tanto rigor. A harmonia ocorre quando dosamos equilibradamente nossas ações — misericórdia demais desanda para fraqueza, rigor demais desanda para despotismo. Ser justo é ser ético.

15. HONESTIDADE — Sua origem vem do Latim, “Honestus”, honrado, respeitado; “honos”, honra, dignidade, reputação. Honestidade, portanto, tem a ver com atitude, postura interior. Se a atitude é sincera, o ser é honesto e manifesta respeito, honra e dignidade.

16. SINCERIDADE — Significa ser puro, íntegro, completo. Muitos confundem sinceridade com franqueza. Sinceridade é a integridade do ser que se completa na honestidade. Não é possível ser honesto sendo falso consigo mesmo. Ou será que há honestidade na mentira?

17. COMPAIXÃO — Deriva do Latim “compassio” e tem significado de piedade, capacidade de sentir o que o outro sente. Porém, há que se entender que sentir o que o outro sente não é o mesmo que assumir o seu sofrimento. A compaixão é a capacidade de sentir sem se envolver emocionalmente, pois essa “distância emocional” é necessária para poder ajudar com eficácia. No envolvimento emocional podemos nos tornar cegos e em vez de ajudar contribuímos ainda mais para o sofrimento do outro. Compaixão é caridade.

Jornada de autoconhecimento

18. CONFIANÇA — Se estabelecermos uma relação de confiança mútua no grupo, a evolução de todos será facilitada. Aqui todos estão imbuídos de um propósito sincero de aprender a se conhecer, para desenvolver seus potenciais de inteligência e consciência, para melhorar sua vida, e devemos confiar uns nos outros. No entanto, para haver confiança mútua devemos ser transparentes, sinceros e honestos. Se alguém trair a confiança será um problema para ele e para o outro.

19. SEGREDO — Tudo o que acontece no grupo deve permanecer no íntimo de cada um em segredo. Guardar segredo é a maneira de se estabelecer e fortalecer relações de confiança.

20. SILÊNCIO — Nem sempre devemos falar. Às vezes devemos somente escutar. E quando falamos, procuremos manter um tom de voz que não agrida os ouvidos dos que nos escutam. Há momentos em que o silêncio diz mais que as palavras. E aqui chegou o momento de compartilhar estas belas regras, que estão no livro “Luz no Caminho”, de Mabel Colins: “Antes que os olhos possam ver, devem ser incapazes de lágrimas. Antes que o ouvido possa ouvir, deve ter perdido a sensibilidade. Antes que a voz fale em presença dos Mestres, deve ter perdido a possibilidade de ferir. Que a alma possa erguer-se na presença dos Mestres, é necessário que seus pés tenham sido lavados no sangue do coração”. Reflita!

21. AMOR — O amor é a lei maior da evolução. Deus é Amor, o Amor é Deus. Basta isso! Nós ainda somos aprendizes de primeira escola no amor, e a nossa experiência é ainda muito emocional. Aprendemos amar nos relacionando. Por isso que a nossa experiência de amor é emotiva e sentimental. Cultivamos o amor como sentimento, mas o amor na sua pura essência é a vibração do Espírito. Portanto, amor é frequência do coração. Na escala da evolução, as baixas frequências do coração são medos, e as altas são amores.

Vivemos na zona mista do “medo-amor”. Medo, portanto, é ausência de amor.

Material disponibilizado pelo prof. e pesquisador Luiz Trevizani do Instituto Luz da Consciência: https://luzdaconsciencia.com.br/artigos.html

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