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Desconstruindo a Ideia do ‘Eu’ Unificado

Na vida, de modo geral, valemo-nos de uma parte mínima de nossas funções e de nossa força. É que não nos conhecemos. Não aceitamos que somos máquinas e não conhecemos a natureza e o funcionamento de nosso mecanismo. Somos máquinas.

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Tudo que fazemos, todas as nossas ações e palavras, todos os nossos pensamentos, sentimentos, convicções, opiniões e hábitos são provocados por influências e impressões externas.

Não podemos produzir um único pensamento ou uma única ação por conta própria. Tudo que dizemos, fazemos, pensamos, sentimos — tudo acontece, simplesmente. Não podemos descobrir nada, inventar nada. Tudo está “feito”, tudo acontece por si só.

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Para internalizarmos sozinhos esse fato, para compreendê-lo, para nos convencermos de sua veracidade, precisamos nos livrar de milhares de ilusões sobre o homem, sobre nossa capacidade de criar ou de controlar nossa própria vida.

Tudo que imaginamos fazer simplesmente acontece — movimentos populares, guerras, revoluções, mudanças de governo, tudo apenas acontece. Isso se aplica a tudo que ocorre na vida do indivíduo.

Eu Unificado

Nascemos, vivemos, morremos, construímos casas, escrevemos livros, não como queremos, mas só porque é assim que as coisas são. Não podemos fazer, construir, destruir, escrever ou imaginar, mas somos meramente uma parte do fazer, do construir, do destruir, do escrever e do imaginar que ocorram. Não podemos amar, odiar ou desejar; somente vivenciar o amor, o ódio e o desejo. Tudo tem uma causa necessária em outra coisa.

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As pessoas acreditam no progresso e na cultura, mas não existe isso de progresso. Tudo é como há milhares, ou mesmo há dezenas de milhares de anos. As aparências podem mudar, mas a essência das coisas não. A humanidade é sempre a mesma. A vida dos povos “civilizados” e “cultos” gira em torno exatamente dos mesmos interesses que dos selvagens mais ignorantes.

A civilização moderna baseia-se na violência e na escravidão. E em palavras elegantes. Mas o “progresso” e a “civilização”, no sentido real desses termos, não podem acontecer sozinhos, como resultado de ações inconscientes, mecânicas. Eles só podem advir de esforços conscientes.

Porém, de que esforço consciente as máquinas podem ser capazes?

E se uma máquina age inconscientemente, então uma centena de máquinas também agem inconscientemente, e isso também se aplica a mil, a cem mil ou a um milhão de máquinas.

A atividade inconsciente de um milhão de máquinas deve resultar, necessariamente, em destruição e extermínio. Essas ações inconscientes e involuntárias são exatamente a raiz de todos os males.

Do livro EM BUSCA DO SER, O Quarto caminho Para Uma Nova Consciência, G. I. Gurdjieff,

Ed. Pensamento — Pág. 37 a 42.

Acreditamos que a leitura a seguir possa também contribuir: https://travessiaspa.com.br/como-funciona-o-universo/

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