Tudo que existe no universo, em todos os seus reinos, é CONSCIENTE; ou seja, dotado de uma consciência da própria espécie e o respectivo plano de percepção. Nós, seres humanos, precisamos lembrar-nos de que pelo fato de NÃO percebermos nenhum sinal — que possamos reconhecer — de consciência, por exemplo, nas pedras, não temos o direito de dizer que nelas não existe nenhuma consciência.
Nada existe parecido com a matéria “morta” ou “cega”, da mesma maneira que não existe nenhuma lei “cega” ou “inconsciente”. Tais formas não têm lugar entre as concepções da Filosofia Oculta. Esta nunca se detém nas aparências superficiais e, por isso, as essências numerais são mais reais que as respectivas contrapartes objetivas; nesse particular, assemelha-se muito mais aos nominalistas medievais, para os quais as realidades existam apenas no universal, ao passo que o particular exista apenas em nome e na fantasia humana.
Consciência Universal
O Universo (manifestado) funciona e é dirigido de dentro para fora. O de cima é como o de baixo, assim no céu como na Terra; e o homem — microcosmo e cópia do macrocosmo — é a testemunha viva dessa lei universal e da sua ação. Sabemos que todo e qualquer movimento exterior, ação, gesto, voluntário ou mecânico, orgânico ou mental, é produzido e precedido pelo zenimento interior ou emoção, vontade ou volição, pensamento ou mente.
Do mesmo modo que nenhum movimento ou mudança exterior, quando normal, pode ocorrer no corpo externo do homem a menos que tenha sido provocado por um impulso interior transmitido por uma das três funções citadas, o mesmo se dá com o universo externo ou manifestado.
Inteligências Espirituais ou Anjos
Todo o cosmos o é dirigido, controlado e animado por séries quase infinitas de hierarquias de seres sencientes, cada uma delas encarregada de executar uma missão, e as quais — qualquer que seja o nome que lhes dermos, quer chamemos de Inteligências Espirituais ou Anjos — são “mensageiras” no sentido de serem apenas agentes das leis kármicas e cósmicas.
Variam infinitamente nos respectivos graus de consciências e inteligência, e chamála apenas de espíritos puros, livres de toda e qualquer amálgama terrestre “que o tempo costuma atacar”, equivale a entregar-se a uma fantasia poética. Porque cada um desses seres ou já foi, ou prepara-se para vir a ser um humano, se não no presente, pelo menos num ciclo (evolutivo) passado ou futuro.
São homens aperfeiçoados, quando não incipientes, e diferem moralmente dos seres humanos terrestres, nas suas esferas superiores (menos materiais), somente porque se acham despidos do sentimento da personalidade e da natureza emocional humana.
Os últimos ou os “aperfeiçoados” libertaram-se desses sentimentos porque há muito que não possuem corpos físicos, eterno peso sobre a alma; e porque, uma vez que o puro elemento espiritual permaneceu desimpedido e mais livre, são menos influenciados por maya do que o homem, a menos que se trate de um Adepto, que mantém suas duas personalidades — a espiritual e a física — completamente separadas.
As mônadas incipientes, que jamais possuíram corpos terrestres, não podem ter nenhum sentimento de personalidade ou EGOÍSMO.
(Do Livro Perdido de Dzyan, Helena Blavatsky, páginas 99 a 102)
Acreditamos que a leitura a seguir possa contribuir: https://travessiaspa.com.br/o-despertar-da-consciencia-escolhas-karma-e-a-jornada-interior/