Na Grécia antiga, as mulheres reconheciam a influência das deusas sobre suas vidas, associando suas vocações e experiências ao domínio de uma divindade específica. Tecelãs buscavam a proteção de Atenas, jovens se voltavam para Artemis, e mulheres casadas honravam Hera. Essas deusas não eram apenas figuras mitológicas, mas representações poderosas de aspectos da vida feminina, recebendo adoração, oferendas e sacrifícios em troca de auxílio e proteção.
Embora tenhamos evoluído além das crenças da Grécia antiga, os arquétipos das deusas ainda ecoam em nossa psique contemporânea. Assim como no passado, as mulheres modernas podem encontrar-se influenciadas por padrões arquetípicos, muitas vezes sem perceber. Como adolescentes, podemos ser dominadas pelo impulso de Afrodite, buscando o amor e a união, ou pela determinação de Artemis, imersas em interesses específicos e aventuras. À medida que amadurecemos, diferentes deusas podem se manifestar, moldando nossas escolhas e comportamentos.
Carl Jung, renomado psicólogo, comparou os arquétipos às sementes que crescem em terrenos específicos. Da mesma forma, os padrões arquetípicos em cada mulher são ativados e moldados por uma variedade de fatores, como predisposição pessoal, influências familiares e culturais, hormônios e experiências de vida.
Desde a infância, os traços de personalidade das meninas refletem os padrões das deusas. Algumas são dóceis e obedientes, como Perséfone, enquanto outras são aventureiras e independentes, como Artemis. O ambiente familiar também desempenha um papel crucial na ativação dos arquétipos, recompensando certos comportamentos e suprimindo outros.
O efeito da cultura sobre as deusas
A cultura em que vivemos também molda nossas percepções e expectativas em relação aos papéis femininos. Em sociedades patriarcais, como a antiga China, as mulheres eram limitadas a determinados papéis, negando a expressão de arquétipos como Atenas e Artemis. No entanto, mesmo sob restrições culturais, os arquétipos das deusas encontram expressão em contos de fada, mitos e sonhos, como formas de resistência e busca por identidade.
O efeito dos hormônios nas deusas
Os hormônios também desempenham um papel fundamental na ativação dos arquétipos femininos. Durante a puberdade, a gravidez e a menopausa, os níveis hormonais podem intensificar certos padrões, como a sensualidade de Afrodite ou a maternidade de Deméter. Essas mudanças hormonais também afetam nossas emoções e comportamentos, influenciando nossa identificação com diferentes deusas ao longo do ciclo menstrual.
Arquétipos femininos
À medida que evoluímos como sociedade, os padrões dos arquétipos femininos também mudam. Nas décadas passadas, vimos uma ênfase nos papéis de esposa e mãe, enquanto hoje há uma maior valorização da independência e realização pessoal. Mulheres que antes eram limitadas a certos papéis agora têm mais liberdade para explorar suas identidades e seguir seus interesses individuais.
Em suma, os arquétipos das deusas continuam a influenciar a psique feminina, moldando nossas escolhas, comportamentos e percepções de nós mesmas. Ao reconhecer e entender esses padrões, podemos nos conectar mais profundamente com nossa verdadeira essência e buscar uma vida mais autêntica e significativa.
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