É comum marcarmos eventos cruciais da história por meio de “eras”. Desde a “era industrial” até a “era espacial”, esses períodos refletem as comoções que esses eventos provocam. No entanto, essa comoção muitas vezes é efêmera. Descobertas importantes moldam eras, mas com o tempo, novidades emergem e substituem fatos na memória coletiva. As eras se sobrepõem, sugerindo uma competição para atrair a atenção de povos e governos. A “era da informação” é uma dessas fases, compartilhando seu auge com outras, em constante busca por destaque.
O que é Informação?
Se considerarmos a “era da informação”, estamos, em parte, corretos. No entanto, é intrigante como, em um mundo amante das ciências exatas, precisamos lidar com tantas ambiguidades ao discutir esse fenômeno. O que é informação, e desde quando estamos nessa era?
Desde o advento da “era da informação”, várias teorias surgiram para definir o termo. Informar vai além de simplesmente transmitir conhecimento; envolve escolher quais fatos divulgar, quando, para quem e por meio de quais canais.
Antigamente, sem a presença de escrita ou dispositivos específicos para disseminar notícias, as informações circulavam por meio de viajantes, guerreiros, peregrinos e outros agentes. No entanto, assim como hoje, a informação não era pura, pois as fontes e os próprios transmissores introduziam elementos pessoais e interesses próprios. Os meios podem ter evoluído desde então, mas o espírito da informação permaneceu o mesmo.
Desde a criação da imprensa até os dias atuais, surgiram rádios, televisores, computadores e outros dispositivos que ampliaram as possibilidades de disseminação da informação. No entanto, a questão permanece se esses meios são mais perfeitos, apesar de serem mais aprimorados. A atualidade e a liberdade na informação são aspectos complexos, influenciados pelo contexto político e social. Democracias avançadas propiciam maior liberdade de expressão, mas a informação pode se tornar uma arma perigosa nas mãos de quem a controla.
Entre a Informação e a Desinformação.
A história, infelizmente, é marcada por eventos repetitivos, e a guerra continua a desempenhar um papel significativo. Na era da informação, os meios de comunicação tornaram-se armas sutis, capazes de influenciar massas de maneira incontrolável. A informação pode mobilizar, mas quem a controla possui um poder significativo, capaz de desencadear reações em cadeia.
O progresso dos meios de comunicação poderia ter sido uma panaceia para a humanidade se fosse utilizado para difundir educação e expandir conhecimentos. No entanto, a ênfase recaiu principalmente na informação, e em alguns casos, na deformação. A informação atual apresenta desafios, como a escassez de informação, informações contraditórias, desinformação manipulada, informações fora de contexto, escândalo e exagero.
Apesar da liberdade aparente na disseminação de informações, os meios de comunicação frequentemente impõem restrições e moldam narrativas de acordo com interesses específicos. A competição por audiência leva a exageros e escândalos, criando uma realidade distorcida. A desinformação é uma arma poderosa, capaz de prejudicar mais do que uma guerra ou epidemia.
Formação e informação
A formação e a informação são conceitos interligados, mas os meios de comunicação falharam em se tornar verdadeiras escolas de formação. Em vez disso, muitas vezes, são veículos de desinformação. A informação é filtrada, contraditória, manipulada e muitas vezes fora de lugar. A cultura e a trivialidade disputam espaço, mas a trivialidade muitas vezes prevalece, prejudicando o desenvolvimento civilizatório.
A abundância de informações torna-se uma faca de dois gumes. Embora seja crucial estar ciente do que acontece no mundo, nem todas as notícias merecem divulgação. A exposição constante a eventos negativos impacta a sociedade, influenciando atitudes e comportamentos. A informação, quando mal utilizada, pode se tornar uma ameaça mais significativa do que qualquer guerra.
Em meio a esse cenário, é crucial reconhecer que a informação tem limites. Não é uma questão de censura, mas sim de educar as pessoas para compreender e discernir as informações que recebem. A qualidade da informação é essencial, e o foco deve ser em proporcionar conhecimentos construtivos que contribuam para o desenvolvimento humano.
Portanto, enquanto vivemos na era da informação, é imperativo refletir sobre como usamos essa poderosa ferramenta. Buscar uma informação mais qualificada, promover a educação e cultivar a capacidade de discernimento são passos essenciais para aproveitar verdadeiramente os benefícios dessa era, evitando suas armadilhas e distorções.
Travessia SPA
Texto inspirado na Nova Acrópole: https://nova-acropole.org.br/